Em alta devido à pandemia da Covid-19, a eficácia das vacinas mostram-se extremamente necessárias para o combate ao vírus e à imunização. Produzida a partir de compostos enfraquecidos ou inativados de um determinado organismo antígeno, a função das vacinas é provocar uma resposta imunitária do corpo. Mas não é de hoje que as vacinas desempenham um papel importante na sociedade, ao longo da histórias foram muitos os marcos e revoluções que esse composto biológico desencadeou.
Com mais de um bilhão de doses aplicadas ao redor do mundo, a vacinação contra Covid-19 já proporcionou uma queda no número de óbitos e de hospitalizações em muitos países.
Um levantamento da Folha de S.Paulo, feito a partir de dados da Universidade Johns Hopkins, indica que as vacinas estão reduzindo o volume de óbitos e de internações de pacientes em estado grave. O governo do Chile, por exemplo, anunciou que a vacina Coronavac teve eficácia de 80% para reduzir as mortes por Covid no país, de acordo com o acompanhamento dos vacinados no primeiro mês.
Na Alemanha, Canadá, Estados Unidos e Israel houve forte queda (ao menos de 50%) no número de novas mortes neste mês em relação a janeiro, quando houve um pico de óbitos. Os dois últimos estão entre os líderes na proporção da população imunizada.
No Brasil, de acordo com dados divulgados pelo Governo Ferderal ao final de junho de 2021, mais de 100 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 foram aplicadas em brasileiros de todo o país. É possível acompanhar atualizações diárias pelo site do Ministério da Saúde do vacinômetro de doses distribuídas e aplicadas por todo o Brasil.
A primeira vacina que se tem registro foi em meados de maio de 1780. Gerada pelo médico britânico Edward Jenner, através de experimentos com pessoas que em contato com o pus das vacas não contraíram a varíola. No primeiro momento, Edward, teve seus estudos e pesquisas ridicularizados pela comunidade científica, sendo atribuído como repulsivo o processo de infectar pessoas com material colhido de animais doentes. Quando relatou a sua experiência à Royal Society - a Academia de Ciências do Reino Unido -, suas provas foram consideradas insuficientes.
Somente em 1798 que o trabalho do médico foi reconhecido e publicado. Após médicos de outros países adotarem a vacinação e se depararem com resultados positivos, foi possível conter a infecção das pessoas a varíola, doença que na época matava cerca de 400 mil pessoas por ano.
No Brasil, a vacina proporcionou reviravoltas cruciais na história do país. A Revolta da Vacina foi um movimento popular contra a vacina anti-varíola, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1904. A cidade que na época era provida da falta de segurança sanitária, se encontrava em um estado caótico de sujeira, nas ruas do Rio de Janeiro acumulavam-se toneladas de lixo perpetuando a disseminação do vírus da varíola e demais doenças.
Visando reorganizar a estrutura sanitária da cidade, o presidente do Brasil no período, Rodrigo Alves, iniciou a construção de grandes obras públicas, alargamento de ruas, avenidas e o combate às doenças. Entretanto, essa medida foi marcada pelo autoritarismo e corrupção nas camadas populares mais baixas.
As medidas aos pobres foram marcadas pelo desalojamento, moradores tiveram seus casebres e cortiços demolidos. A população foi obrigada a mudar para longe do trabalho e para os morros, incrementando a construção das favelas. Como consequência das demolições, os aluguéis subiram de custo, gerando cada vez mais um sentimento de indignação na população.
Contratado pelo presidente Rodrigo Alves para combater as doenças, o médico Oswaldo Cruz impôs a vacinação obrigatória contra a varíola, para todo brasileiro com mais de seis meses de idade.
Aprovado pelo Congresso Nacional no dia 31 de outubro de 1904, a lei da vacinação obrigatória foi marcada pela atuação opressora dos agentes de saúde, que, protegidos pelos policiais, invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força.
Sem esclarecimento sobre a importância da vacina ou da higiene, a insatisfação da população contra o governo somado aos problemas de moradia e ao elevado custo de vida foi generalizada, desencadeando a Revolta da Vacina. Entre 10 e 16 de novembro de 1904, as camadas populares do Rio de Janeiro saíram às ruas para enfrentar os agentes da Saúde Pública e a polícia.
O movimento levantado pela população foi de tamanha força e impacto, que em seguida, a Lei da Vacina Obrigatória foi modificada, tornando facultativo o seu uso.
Essas foram algumas curiosidades e marcos históricos levantados a partir dos movimentos de vacinação. O Galt Vestibulares reintegra a importância de se vacinar frente ao combate do Covid-19 e qualquer outra doença que atinja a sociedade.
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