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Mulheres na Engenharia: a história de Natália supera probabilidades

Mulheres no universo das exatas, principalmente na engenharia, ainda passam por desafios que envolvem um mercado tradicionalmente masculino. Quando essa realidade se mistura com a trajetória de pessoas de baixa renda, as dificuldades se multiplicam.


Nesse cenário, cada conquista simboliza não apenas um avanço individual, mas também a superação de estruturas que historicamente excluem, transformando histórias de conquistas pessoais em exemplos de resistência e mudança social.


Mulheres na Engenharia


As mulheres vêm ampliando sua presença na engenharia, embora ainda enfrentam desafios significativos de representatividade e igualdade. No Brasil, elas correspondem a cerca de 27% das pessoas formadas em cursos de engenharia e apenas 20% das profissionais registradas no sistema Confea/Crea, além de receberem em média 82% do rendimento dos homens em funções equivalentes. 


No cenário global, a UNESCO aponta que apenas 28% dos graduados em engenharia são mulheres, e dados da Society of Women Engineers mostram que elas representam cerca de 28% da força de trabalho em STEM. Apesar do avanço lento, há sinais de progresso, com crescimento da participação feminina em universidades e em algumas áreas específicas.

 

A presença feminina na engenharia se entrelaça diretamente com a realidade de estudantes de baixa renda nas universidades federais. Embora as políticas de cotas e ações afirmativas tenham ampliado a entrada de estudantes de baixa renda, muitas mulheres que chegam aos cursos de engenharia ainda precisam enfrentar barreiras de gênero e a socioeconômica, já que, apesar de serem instituições públicas, a educação superior de qualidade ainda é um privilégio.


A falta de representatividade feminina nas áreas exatas com as dificuldades financeiras, impacta desde a escolha do curso até a conclusão da graduação, especialmente em carreiras que exigem dedicação integral, materiais de custo elevado e longas jornadas de estudo. 


A história de Natália


Enfrentando as estatísticas, a pernambucana Natália Andrade Marques, relembra sua trajetória que começou com um sonho e graças à educação gratuita e de qualidade, o apoio de outras mulheres e sua própria luta, tornou-se realidade. 


“Sou de uma família humilde, meus pais nunca tiveram acesso ao ensino superior e sempre me encorajaram muito a estudar e ter o ensino como possibilidade de melhoria de vida. Sempre estudei em escola pública, em Pernambuco, fiz todo meu ensino médio em uma escola com uma infraestrutura precária, sem professores para todas as matérias (não tinham nem professor de matemática). Mas eu tinha esse sonho de entrar numa federal e queria fazer engenharia”.

Ao término do terceiro ano, em 2016, passou a morar com a tia em Brasília. Ela, inclusive, foi quem comprou sua passagem — um gesto que Natália considera até hoje como um verdadeiro presente de destino. Então, com apenas 17 anos, deixou seu lar e toda uma vida para tentar uma oportunidade na capital federal. 


No entanto, embora tivesse o suporte da tia, seus pais não tinham condições de ajudá-la financeiramente, o que somava a pressão de fazer tudo dar certo.


“Quando a minha nota do Enem daquele ano saiu, o meu mundo desabou! Vi meu sonho escorrer pelo ralo ao notar que eu não tinha nenhuma nota da minha prova de Ciências Exatas, isso porque, no nervosismo, não preenchi a cor do cartão de respostas.”

Quando uma porta fecha…


Pesquisando alternativas, descobriu que a UnB também realizava vestibular próprio, um formato totalmente diferente do Enem e com o qual nunca havia tido contato. Sentiu-se perdida e quase desistiu, especialmente porque não tinha condições de pagar um cursinho particular em Brasília. 


“E então um dia o esposo dessa minha tia me disse que havia visto um cursinho gratuito e falou pra eu tentar.  Foi então que eu conheci o Galt, fiz a vestibulinho, fiquei igual uma maluca atualizando a página do Insta pra ver se meu nome estava na lista de aprovados [...] Mas meu nome tava ali....Foi um alívio na alma, era possível de novo!”

Ingressou no cursinho, na turma 2017/1, e, segundo ela, teve professores extraordinários. Após um semestre inteiro de dedicação, prestou o vestibular da UnB e, para seu espanto e alegria, foi aprovada.


Alunos olhando lista de aprovados da UnB
Alunos da turma 2017/1 do Galt olhando a lista de aprovados do PAS UnB

Olhando para trás


Um dia, já como universitária, um professor propôs uma dinâmica em sala na qual os alunos deveriam formar duplas e compartilhar qual havia sido o dia mais feliz de suas vidas. Orgulhosa, ela respondeu: “O dia em que passei na UnB”. Seu colega, demonstrando certo desdém, questionou: “Sério que esse foi o dia mais feliz da sua vida?”. Vindo de uma trajetória de privilégios, educado nas melhores escolas de Brasília, ele jamais encarou a aprovação em uma universidade pública como um sonho ou uma conquista determinante, tratava-se apenas de algo para o qual fora preparado desde sempre, e, caso não desse certo, outras opções estariam facilmente disponíveis.


Já ela, naquele dia, compreendeu com ainda mais clareza a diferença entre realidades, e o valor imensurável de sua própria vitória, que mudou toda a realidade de uma família humilde pernambucana. 


Hoje, aos 27 anos, Bacharel em Engenharia de Redes de Comunicações pela Universidade de Brasília, olha com orgulho para o caminho que percorreu e representa em si a importância de instituições que visam transformar vidas pela educação. 



No Galt Vestibulares, acreditamos que todos os jovens merecem oportunidades igualitárias de acesso ao ensino superior, independentemente de sua condição socioeconômica. Somos um cursinho voluntário criado em 2015 por 4 estudantes da Universidade de Brasília, e nos tornamos muito mais que um cursinho tradicional - somos uma instituição de empoderamento e transformação social.


Como Aplicamos Essas Técnicas na Prática

No GALT, não apenas ensinamos os métodos de estudo apresentados neste artigo, mas também adaptamos cada técnica à realidade de nossos estudantes:

  • Personalização do Cronograma: Nossos professores voluntários ajudam cada aluno a criar um cronograma de estudos realista, considerando suas responsabilidades familiares, trabalho e limitações de tempo.

  • Materiais Acessíveis: Fornecemos apostilas gratuitas, acesso a videoaulas e material didático de qualidade, eliminando barreiras econômicas ao aprendizado.

  • Simulados Regulares: Realizamos simulados ENEM frequentes, com correção detalhada e exercícios comentados, preparando nossos estudantes para o formato real da prova.


Apoio Psicológico: cuidando da mente e das emoções

Sabemos que a jornada até o ensino superior pode ser emocionalmente desafiadora, especialmente para jovens de baixa renda que enfrentam pressões adicionais. Por isso, oferecemos:

  • Acompanhamento Psicológico: Profissionais voluntários da área de psicologia auxiliam nossos estudantes a lidar com ansiedade pré-prova, baixa autoestima e pressões familiares.

  • Mentoria Individualizada: Cada aluno tem um mentor universitário que o acompanha não apenas academicamente, mas também emocionalmente, oferecendo suporte e motivação constantes.

  • Ambiente Acolhedor: Criamos um espaço seguro onde os estudantes podem expressar suas dúvidas, medos e aspirações sem julgamento.


Resultados que transformam vidas

Nossos estudantes não apenas aprendem técnicas de estudo vestibular eficazes, mas também desenvolvem autoconfiança, liderança e senso de comunidade. Muitos ex-alunos retornam como voluntários, perpetuando o ciclo de transformação social.


Faça Parte da Transformação

Como organização sem fins lucrativos, dependemos da generosidade de pessoas que acreditam na educação como ferramenta de transformação social. Sua doação permite que continuemos oferecendo material didático gratuito, apostilas de qualidade, apoio psicológico e toda a estrutura necessária para que jovens de baixa renda tenham acesso aos melhores métodos de estudo e conquistem suas vagas no ensino superior.

Pronto para transformar sua vida e a de outros? Venha fazer parte da família GALT. Juntos, construímos um Brasil mais justo e igualitário, uma aprovação por vez.

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